Sexta-feira, Outubro 4, 2024
Início Site Página 94

SPRA estabelece protocolo com os Amigos dos Açores

O SPRA estabeleceu um protocolo comercial com os Amigos dos Açores.
 
Os associados do SPRA e seus familiares directos poderão visitar a Gruta do Carvão ao preço minimo fixo de 2,5€.
Aproveite o Verão e visite a Gruta do Carvão.
   

Após denúncia e intervenção do SPRA, Ministro da Educação assume reapreciação das candidaturas a DCE

 

Ontem, dia 18, a FENPROF, a seu pedido, datado de 22 de Junho, reuniu com a nova equipa do Ministério da Educação e Ciência para abordar matérias que considera de intervenção prioritária. O SPRA, preocupado com a discriminação de que foram alvo os docentes em funções nas Regiões Autónomas que concorreram a destacamento por condições específicas e a contratação, recentemente confrontados com uma carta de indeferimento à sua candidatura, denunciou, mais uma vez, a situação e manifestou a sua indignação perante esta injustiça, reiterada, que afecta profundamente estes professores e educadores, vivendo situações dramáticas. O Ministro, Nuno Crato, assumiu o compromisso de reapreciação das candidaturas a DCE e de uma resposta concreta até ao final desta semana ou início da próxima.

Tendo o SPRA denunciado esta situação, desde o primeiro momento, junto da DGRHE e da SREF, aliás, à semelhança do que aconteceu no ano passado, com sucesso, não desmobilizará, porque está convicto da legalidade e da justeza das suas reivindicações.

No âmbito do pedido de reunião da FENPROF, o SPRA irá reunir com o ME

 

 

No próximo dia 18, pelas 17 horas, o SPRA, no âmbito da FENPROF, irá reunir com o actual Ministro da Educação. Nesta reunião, serão colocadas as questões da mobilidade docente no território nacional, nomeadamente a impossibilidade de realização do concurso anual a destacamento por condições especificas a que estão sujeitos os docentes das regiões autónomas e a discriminação de que são alvo os professores contratados a exercer funções nos Açores e na Madeira, relativamente à avaliação do desempenho, para efeitos da sua graduação profissional em concurso.

O SPRA será intransigente relativamente à discriminação e incumprimento da Lei por parte do ME!

SPRA consegue importante vitória no âmbito da avaliação do desempenho e trava proposta de renovação de contratos!

 

No passado dia 8, o SPRA reuniu com a SREF, em resultado do pedido de uma reunião suplementar, no âmbito do processo negocial dos concursos do pessoal docente. O motivo do pedido desta reunião deveu-se ao facto de a proposta enviada pela SREF a este sindicato, no dia 1 do corrente mês, conter uma matéria que não tinha sido discutida na reunião anterior, isto é, a possibilidade de renovação anual de contratos, até quatro anos.

A comissão negociadora do SPRA colocou, como ponto prévio, uma vez mais, a possibilidade de integração do tempo congelado nos períodos avaliativos. O efeito prático desta medida é o do adiamento da conclusão dos processos avaliativos dos docentes, enquanto durar o período de congelamento do tempo de serviço, não significando tal que a avaliação dos docentes seja suspensa, pois os relatórios críticos incidirão sobre os anos do congelamento. A vantagem desta proposta, a que a Senhora Secretária da Educação e Formação deu a sua anuência e se comprometeu a informar as escolas em Setembro próximo, é a de permitir aos avaliadores e avaliados disporem de um período mais longo para a conclusão do processo avaliativo.

No âmbito da proposta de diploma de concursos do pessoal docente, mantém-se a modalidade de candidatura por três anos, que, embora o SPRA tenha demonstrado discordância em relação a esta medida, não representa, em si, matéria fracturante. Quanto às renovações de contratos, o SPRA apresentou os seus argumentos contrários a esta iniciativa, por considerar que é uma forma de agravar ainda mais a precariedade, de subverter as graduações profissionais e de poder pôr em causa a transparência que se pretende que a Administração tenha, também, nos concursos do pessoal docente.

Concluindo, nesta reunião registou-se uma aproximação de posições, em algumas matérias.

Tomada de Posse do presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores

 
 
A minha tomada de posse e o início de funções da actual Direcção surgem num contexto político, social e económico de grandes dificuldades ao nível global, nacional e regional. As correntes de pensamento neoliberal que se iniciaram no último quartel do século XX e que se têm vindo a aprofundar e a desenvolver neste início de século têm conduzido ao desmantelamento do Estado Social, ao aumento da precariedade e à desvalorização do trabalho. Nos Estados Unidos da América, o valor da hora de trabalho não qualificado tem hoje o mesmo valor de 1979, ou seja, cinco dólares. Paralelamente, assistimos, um pouco por todo o mundo desenvolvido, ao crescimento do desemprego, fruto das deslocalizações das multinacionais para o oriente e regiões periféricas dos centros económicos, simultaneamente, verificam-se os aumentos de impostos não para serem aplicados nas funções sociais do Estado mas para aumentarem a liquidez do sector financeiro, ainda a recuperar das especulações do mercado imobiliário.
 
   

A situação no nosso país acompanha a tendência internacional. A matriz do pensamento neoliberal tem conduzido os destinos do país, de forma mais ou menos velada, nas últimas décadas, agravada pela incapacidade política para a definição de um modelo de desenvolvimento para o país e pelas clientelas políticas e interesses instalados, que têm drenado os escassos recursos. Portugal está hoje refém dos credores internacionais e da complexa teia criada pela guerra dólar versus euro, que tem levado a Alemanha a definir uma estratégia para a União Europeia que se confunde com os interesses específicos daquele país e a sua posição no mercado europeu e global.

Os trabalhadores e as franjas mais desfavorecidas da população têm sido as principais vítimas das políticas implementadas, nos últimos anos, no nosso país. A desfragmentação do frágil Estado Social tem sido tónica recorrente e não será difícil antever o aprofundamento desta política através do contínuo aumento de impostos e da degradação dos serviços públicos. As alterações à legislação laboral têm-se focalizado na desvalorização do trabalho, na manutenção de vínculos precários e será de conjecturar a facilitação do despedimento. Esta tendência apresenta-se de forma transversal no sector público e privado.

Nos Açores, região ultraperiférica e fortemente dependente do sector público e da agro-pecuária, os efeitos da crise fizeram-se sentir um pouco mais tarde, fruto da forte intervenção do sector público na economia regional, no entanto, temo que a crise na Região venha a ter efeitos ainda mais brutais do que no restante território nacional e que se possa prolongar por mais tempo.

O memorando com as medidas impostas pelos credores, o célebre “memorando da troika”, propõe uma redução de seis por cento dos trabalhadores da administração regional e local – lembro que, no caso da administração central, é de três por cento, para além do agravamento de impostos como o IVA, IRC e IRS – e incentiva a aproximação destes regimes, mais favoráveis nas regiões autónomas, ao regime do continente. Os açorianos ficarão, assim, com um regime tributário idêntico ao do continente e com os custos agravados da ultra periferia.

O investimento público, um dos principais dinamizadores da economia regional, irá também, certamente, cair por via das reduções das transferências do Orçamento de Estado. O fim das quotas leiteiras e o acordo entre a União Europeia e o MERCOSUL para a crescente liberalização do mercado da carne bovina levarão, inevitavelmente, à falência de inúmeras explorações agrícolas e a reconversões que ainda não parecem pensadas.

É, pois, neste contexto extremamente adverso que actual Direcção do SPRA inicia funções, num clima de recessão económica e social, em que os problemas da sociedade açoriana, certamente, se irão reflectir na escola, em que a tutela irá reduzir os custos com pessoal, essencialmente por via da redução da contratação, e os orçamentos do fundo escolar sofrerão cortes significativos. É neste contexto, com um número ainda mais limitado de crédito de horas para a actividade sindical, que o SPRA lutará pela defesa de uma escola pública de qualidade e pela revalorização da profissão docente.

Ponta Delgada, 4 de Julho de 2011

 

António José Calado Lucas

   
   
   

 

SPRA esteve em reunião negocial com a Secretária Regional da Educação e Formação

 

 

O Sindicato dos Professores da Região Açores esteve reunido, hoje, dia 28, com a Secretária Regional da Educação e Formação, no âmbito do processo negocial relativo à proposta de novo Regulamento de Concurso do Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e Ensinos Básico e Secundário. Desta reunião, destaca-se a aproximação de posições relativamente aos seguintes aspectos:

1. Manutenção das “prioridades regionais”, com obrigatoriedade de o docente concorrer, pelo menos, a um determinado grupo de ilhas, a definir. Lembramos que o SPRA contestou o fim abrupto das referidas prioridades, plasmadas na anterior versão do documento, pois punha em causa legítimas expectativas dos docentes, criadas por um quadro legal com oito anos de existência;

2. Manutenção da anualidade do concurso de afectação, garantindo, assim, a mobilidade anual dos professores do quadro de escola;

3. Possibilidade de abertura dos concursos interno e externo em Janeiro de 2012;

4. Salvaguarda da mudança de grupo de recrutamento através do concurso interno, na última prioridade;

Não foi contemplada a proposta do SPRA de manutenção da anualidade dos concursos interno e externo, que, à semelhança do continente e da Madeira, passam a quadrienais.

O SPRA regista como profundamente negativa a alteração do vínculo de nomeação definitiva para contrato por tempo indeterminado, que, claramente, encerra uma degradação e fragilização da relação jurídica de emprego.

A SREF comprometeu-se a enviar, até ao final desta semana, o documento escrito, contendo as propostas de alteração agora acordadas entre o SPRA e a tutela.

Em relação aos concursos de pessoal docente, ao nível nacional, o SPRA reafirmou a necessidade de uma posição concertada entre a Secretaria Regional da Educação e Formação e o SPRA, no âmbito da FENPROF, para, junto da actual equipa ministerial, serem resolvidos os actuais constrangimentos sofridos pelos docentes que trabalham na Região Autónoma dos Açores e que concorreram nos concursos de destacamento por condições específicas e contratação.

Angra do Heroísmo, 28 de Junho

A Direcção

TOMADA DE POSSE DOS CORPOS GERENTES DO SPRA – 2011/2014

 

 

ver em formato pdf

Na qualidade de Presidente da Assembleia Geral do Sindicato dos Professores da Região Açores, lamento não poder estar presente na tomada de posse dos membros dos novos Corpos Gerentes desta organização sindical regional de Professores e Educadores dos Açores, para o triénio 2011/2014, que pela sua maior longevidade, representatividade e acção sindical tem desenvolvido um trabalho meritório no âmbito do sindicalismo, contribuindo para que a Educação e a Cultura, na Região Autónoma dos Açores, sejam pilares do desenvolvimento regional e da Açorianidade.

 

 

 
   

O SPRA pretende ser parceiro activo na construção e desenvolvimento das políticas educativas regionais, porque considera que os projectos educativos, concebidos e implementados sem o envolvimento e aceitação dos docentes, dificilmente atingem os fins a que se propõem. Como dizia o bispo do Porto D. Manuel Clemente, “temos de procurar em conjunto respostas que não podemos obter sozinhos”. Por isso, há que repensar determinadas medidas de políticas educativa que outra virtude não têm senão estimular acções e comportamentos individualistas, em vez de fomentar o trabalho solidário e cooperativo.

Perante recentes declarações da nova titular da pasta da Educação, ao afirmar que “esta não é a secretaria regional dos professores, mas a Secretaria Regional da Educação”, importa referir que a classe docente tem plena consciência de que os destinatários do trabalho e das preocupações dos agentes educativos são os alunos; sabe que a tutela não está ao serviço dos Professores e Educadores; mas também sabe que é obrigação da Secretaria da Educação criar as melhores condições para que os docentes possam exercer a sua acção com autonomia, dignidade e respeito pelo seu trabalho.

Em democracia, a arte de governar também se avalia em função da capacidade de saber gerar consensos na promoção do interesse colectivo. Os governantes não podem desconsiderar, descredibilizar ou marginalizar aqueles que são os executantes das suas políticas. Quem dirige não pode olhar para os seus profissionais como adversários. O que se espera da sua acção é que saibam motivar, mobilizar e incutir confiança, de modo a promoverem a eficácia do trabalho daqueles que enfrentam, no terreno, as dificuldades de aplicação das normas e orientações superiores, nem sempre as mais adequadas.

Considero que os princípios básicos da psicologia e da pedagogia não devem ser ignorados pelos responsáveis que diariamente reclamam a sua aplicação. A pedagogia do autoritarismo há muito foi banida das escolas, sendo preciso que o seja em todas as instâncias do poder. O exercício da autoridade é útil e necessário, mas tem de vencer pela coerência, sensatez e qualidade das propostas, no respeito pela pluralidade de outras opiniões igualmente legitimadas.

Ao SPRA, como legítimo representante dos Professores e Educadores na Região Açores, compete pugnar pelo reconhecimento e importância da sua acção junto do poder político, fazendo-lhe sentir quão importante é, para uma democracia representativa, ter organizações que, de forma organizada e responsável, funcionam, muitas vezes, como catalizadores das tensões sociais entre governantes e governados.

Há quem pretenda ver na fraqueza dos sindicatos uma vantagem para a acção governativa. Falsa ilusão para quem governa, porque ao agirem neste sentido estão a abrir portas ao aparecimento de novas formas de mobilização social, de efeitos bastante mais imprevisíveis. Falsa ilusão também para os que se deixam iludir por protagonistas de circunstância, porque se é difícil ao movimento sindical, devidamente organizado, estruturado e legitimado, resistir à usurpação dos direitos de quem trabalha, numa sociedade que se deseja humanizada e civilizada, muito pior será desacreditar o trabalho sindical e os seus dirigentes, para confiar naqueles que, sem estruturas e, por vezes, sem rosto, não têm qualquer hipótese de exercer uma acção reivindicativa persistente e permanente, com a força necessária para exercer uma magistratura de influência credível junto das instâncias do poder.

Nos tempos difíceis que vivemos, só com grande espírito altruísta é possível defender causas colectivas. Por isso, há que enaltecer aqueles e aquelas que, perante as crescentes limitações ao exercício da actividade sindical, se disponibilizam para dar o melhor do seu esforço e, muitas vezes, do seu tempo pessoal, em prol de um sindicalismo que se esforça por contrariar posturas anti-democráticas, estados de alma resignados ou acomodados e atitudes individualistas que comprometem a defesa dos interesses colectivos, gerando fragilidades redutoras de direitos fundamentais, alcançados com muito sacrifício e muita luta pelas gerações que nos precederam.

Não é justo que os governantes regionais utilizem a realidade insular e arquipelágica como argumento reivindicativo no âmbito da política externa e depois a ignorem em decisões de política interna. É de todo inaceitável que a autonomia e o funcionamento de organizações sindicais regionais sejam condicionados ou postos em causa, ao pretender-se aplicar leis nacionais que não tiveram em conta a nossa realidade insular.

Quando a lei sindical nacional nos era mais favorável, governantes regionais ousaram fazer valer as suas competências para restringir os créditos sindicais, invocando o interesse público, com o argumento de que, no essencial, estavam garantidas as condições mínimas de funcionamento e que não pretendiam pôr em causa a acção sindical, por considerarem-na relevante numa sociedade democrática. Não é admissível que o mesmo Governo, ainda que com outros governantes, pretenda, novamente, impor mais constrangimentos às organizações sindicais de professores, utilizando a lei nacional, agora mais desfavorável, como ameaça ou arma de arremesso. Caso tal aconteça, estará dado mais um passo para que a nossa Região regrida ao nível do exercício democrático. A democracia não se reduz a meros pressupostos teóricos, concretiza-se em actos. Os Sindicatos não devem depender dos humores pessoais dos governantes. Estes não podem querer que estas organizações sejam parceiros activos na emissão de pareceres e propostas e depois retirar-lhes as condições para que possam desempenhar legitimamente tais funções.

Perante a conjuntura adversa que vivemos, dirijo a todos os membros dos corpos gerentes do SPRA, que hoje tomam posse, palavras de estímulo e de esperança, para que continuem empenhados na defesa da valorização e dignificação do trabalho, no país e no mundo, através das mais diversas organizações em que participam, e de modo particular nesta Região, considerando e respeitando as nossas especificidades próprias, que são, afinal, a razão fundamental do aprofundamento da autonomia política e administrativa que reivindicamos.

Aos que cessam funções sindicais, o nosso reconhecimento e gratidão pelo trabalho que desenvolveram em prol da Educação e de maior justiça social, certo de que continuam connosco nesta partilha de ideais e de afirmação do movimento sindical.

 

Armando Dutra

Ponta Delgada, 9 de Junho de 2011

   
   

 

Em destaque