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CONTRATO COLECTIVO DOS TRABALHADORES DAS ESCOLAS PROFISSIONAIS

CONTRATO COLECTIVO DOS TRABALHADORES DAS ESCOLAS PROFISSIONAIS

Plenário de Sindicatos da CGTP assume 2007 como ano do combate à precariedade do emprego

 

O Plano Geral de Actividades da CGTP-IN para 2007 considera que um dos eixos fundamentais da acção sindical a desenvolver no decorrer do ano é a luta pela redução da precariedade de emprego e contra o trabalho clandestino e ilegal. O documento foi aprovado pelo Plenário de Sindicatos realizado no dia 5 de Janeiro em Lisboa. Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da Inter, sublinhou a importância desta decisão da Central, apelando ao empenhamento de todos os sindicatos nas acções a realizar durante o ano, em todo o País.

Entretanto, o Plano de Acção de Combate à Precariedade do Emprego, já aprovado pelos órgãos da Central, contém importantes orientações que devem ser assumidas por todo o movimento sindical como um instrumento de trabalho para o desenvolvimento da acção, articulada com os objectivos inscritos na Política Reivindicativa para 2007.

Em breve decorrerá uma grande iniciativa, com impacto público, “para aprofundar a análise da problemática relativa à precariedade do trabalho nas suas diversas vertentes e para dar mais eficácia à luta pelo trabalho com direitos”.

O Plenário de Sindicatos aprovou moções alusivas ao 28 de Março, Dia Nacional da Juventude e de apoio ao movimento pelo SIM no referendo de 11 de Fevereiro. / JPO

SPRA reune extraordináriamente com o SREC

Por solicitação do SPRA, decorreu ontem, na Secretaria Regional da Educação e Ciência, uma reunião negocial extraordinária entre este sindicato e o SREC, sobre a proposta de Estatuto da Carreira do Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário na RAA.

Na sequência desta maratona negocial, há aspectos que foram alvo de alterações, nomeadamente a grelha de avaliação anteriormente proposta, entre outros.

Os plenários sindicais que o SPRA está a promover assumem, assim, uma renovada importância.

COLEGA, NÃO DEIXE QUE DECIDAM POR SI ! ! !

ESTE É O MOMENTO CRUCIAL.

PARTICIPE REFLECTINDO, DEBATENDO E DECIDINDO NOS PLENÁRIOS SINDICAIS DA SUA ILHA:

22 de Janeiro – Ilha de São Miguel no Coliseu Micaelense

24 de Janeiro – Ilha de São Jorge nos Bombeiros Voluntários da Calheta

26 de Janeiro – Ilha Terceira no Centro Cultural de Angra do Heroísmo

26 de Janeiro – Ilha da Graciosa na Escola Básica e Secundária da Graciosa

29 de Janeiro – Ilha do Faial no Hotel Horta

30 de Janeiro – Ilha do Pico na Escola Básica e Secundária da Madalena

2 de Fevereiro – Ilha das Flores na Escola Básica e Secundária das Flores

2 de Fevereiro – Ilha de Santa Maria na Sede do Sindicato do SPRA em Santa Maria

DOCUMENTO ORIENTADOR DA REVISÃO CURRICULAR DO ENSINO PROFISSIONAL – PARECER DA FENPROF

INTRODUÇÃO

    Antes da análise do documento sobre a revisão curricular do ensino profissional é imprescindível lançar um breve olhar crítico sobre a realidade actual dos níveis de escolaridade e de qualificação profissional da população portuguesa e clarificar as intenções da FENPROF quanto à sua transformação, de forma a que as futuras políticas educativas sejam estruturantes de uma resposta eficaz às questões sociais do nosso tempo.

    Os dados oficiais do último censo realizado à população (no ano de 2001), publicados pelo INE, revelam-nos uma realidade assustadora e dramática:

– 31,1% da população empregada continua a possuir apenas o 1º ciclo do ensino básico ou ainda menos;
– 62,6% tem o 3º ciclo do ensino básico ou menos;
– 11,5% da população empregada possui o ensino secundário completo;
– apenas 7,3% tem uma licenciatura completa.

    Esta situação torna-se ainda mais dramática quando verificamos que a baixa escolaridade não está sempre associada a idades mais avançadas, tendo também um peso importante entre as pessoas mais jovens, nomeadamente entre aquelas que realizaram todo o seu percurso escolar e formativo depois do 25 de Abril.

    A esta situação está associada uma outra, ainda mais grave o abandono escolar precoce, que abrangia no nosso país, em 2001, 43,1% dos jovens com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos.

    Em relação à qualificação profissional da população portuguesa, a situação não é menos preocupante. Segundo dados do Ministério da Segurança Social e do Trabalho, no ano de 2000 mais de 37% da população empregada possuía uma qualificação profissional baixa, correspondendo esta percentagem às categorias de aprendizes, não qualificados ou semi-qualificados. Por outro lado, muitos daqueles que se encontravam classificados como profissionais qualificados possuíam também um nível de escolaridade baixa, tendo apenas o ensino básico ou menos.

    Finalmente, o nosso país continua longe de qualificar os técnicos intermédios de que tanto carece e a frequência dos cursos profissionais e tecnológicos está muito longe do desejável, muito abaixo da média europeia, como se pode verificar em estudos comparativos relativamente aos nossos parceiros europeus.

    Face à situação descrita, é urgente promover políticas públicas de qualidade que conduzam ao aumento das qualificações escolares e profissionais, promovendo um ensino de alta qualidade para todos os jovens, num esforço de universalização da educação básica e de generalização das formações de nível secundário, numa lógica de alargamento da escolaridade obrigatória, com vista à redução das desigualdades sociais e à concretização de um novo modelo de desenvolvimento do país.

II REVISÃO CURRICULAR DO ENSINO PROFISSIONAL

    A FENPROF entende dever sublinhar, em primeiro lugar, que as propostas de documentos orientadores para as várias modalidades de formação que integram a denominada reforma do ensino secundário deveriam ter sido apresentadas para discussão pública em simultâneo, a fim de permitir uma visão global e integrada daquilo que se pretende para a educação e formação de nível secundário no nosso país. Não tendo acontecido, não se afigura que exista, de facto, uma estratégia coerente e articuladamente fundamentada, por parte do Ministério da Educação, para o desenvolvimento e valorização do ensino secundário em todas as suas vertentes de formação, e em particular em relação ao desenvolvimento sustentado do ensino profissional e vocacional.

    Tanto assim é, que continua a não existir qualquer proposta sobre a modalidade de formação em alternância e que papel irá desempenhar no conjunto das ofertas formativas, nomeadamente a sua relação com os cursos profissionais e os tecnológicos. Continuam por esclarecer a permeabilidade entre as diferentes vias do ensino secundário e as respectivas condições de acesso ao ensino superior. Continua sem se perceber quais os critérios para a racionalização e integração das redes de oferta formativa já existentes.

    O documento orientador sobre a revisão curricular do Ensino Profissional é muito genérico, com muitos aspectos importantes ainda por definir e outros que não estão suficientemente explicitados, o que é impeditivo, em nossa opinião, de se proceder a uma análise globalizante das opções educativas para este nível de ensino.

    Com efeito, para além de fazer uma apresentação algo extensa da trajectória da implementação e da consolidação do ensino profissional no nosso país nos últimos anos, das áreas de formação existentes a nível nacional, da evolução do número de alunos por área de formação e da contextualização europeia e nacional desta proposta, o documento resume-se a um mero enunciado de objectivos estratégicos e de intenções, não se explicitando em lugar algum as estratégias, os meios e os tempos para a sua prossecução.

    Ainda assim, não podemos deixar de tomar posição sobre esta proposta, nomeadamente no que diz respeito à matriz curricular, às condições de acesso dos jovens aos cursos profissionais e ao modelo de financiamento apresentado para as escolas profissionais.

III MATRIZ CURRICULAR

    Consideramos ser de relevante importância o facto de os cursos profissionais e das formações em alternância poderem vir a ser oferecidos também nas escolas secundárias públicas, constituindo-se como parte integrante do ensino secundário. Defendemos, aliás, que este tipo de ofertas formativas deve ser assegurado, em primeiro lugar, pelo Estado, devendo a oferta pública destes cursos tornar-se uma crescente realidade nos próximos anos. No entanto, não existem quaisquer propostas no documento sobre a criação das condições necessárias à operacionalização e concretização deste objectivo, como por exemplo: a organização e funcionamento das escolas, os recursos materiais e financeiros, a formação de professores, os relacionamentos com os contextos de trabalho e as condições em que devem desenvolver-se, o horário de trabalho dos professores, o número de alunos por turma, o número de turmas por professor, etc. Se muitas destas condições não forem asseguradas pelo Estado, dificilmente as escolas públicas conseguirão assegurar esta modalidade curricular flexível e então tudo não passará de um mero desiderato inscrito no papel.

    Existe uma diminuição global da carga horária das diferentes áreas de formação, o que por si só não é negativo, antes pelo contrário, porque permitirá aos alunos uma maior disponibilidade para o trabalho pessoal e para as actividades necessárias ao desenvolvimento dos projectos que têm de realizar. O excesso de conteúdos em algumas disciplinas não é facilitador da diversificação de estratégias nem da superação do insucesso por parte dos alunos com maiores dificuldades de aprendizagem. Pensamos, no entanto, que tal deverá ser acompanhado da respectiva redução dos conteúdos dos módulos de formação e que não poderá ter como consequência, de forma alguma, a diminuição da qualidade da formação ou a instabilidade profissional dos docentes e formadores, nomeadamente o desemprego.

    Entendemos, no entanto, que a carga horária da formação técnica, e nomeadamente, a formação em contexto de trabalho não deveriam ter uma redução tão acentuada, residindo aí exactamente uma das especificidades e o sucesso deste tipo de formação. A formação prática e em contexto real de trabalho é um factor de motivação e facilitador das aprendizagens e da tomada de consciência por parte dos alunos, da realidade e dos desafios do mercado de trabalho.

    Existe, por outro lado, uma tentativa de cerceamento da actual autonomia pedagógica das escolas profissionais, no que respeita à gestão da sua estrutura curricular, o que é de todo inaceitável. Deverão continuar a ser as escolas a elaborar os objectivos e as competências a atingir dentro de cada área de formação e de cada disciplina, a partir dos perfis e saídas profissionais.

IV O MODELO DE FINANCIAMENTO

    É apresentado um novo modelo de financiamento para ser aplicado já este ano, com carácter experimental, às escolas profissionais da região de Lisboa e Vale do Tejo. É um financiamento indirecto às escolas, através da instituição de bolsas de frequência concedidas aos alunos. Ou seja, as escolas recebem mais ou menos dinheiro, de acordo com o número de alunos que conseguirem angariar e manter na escola, uma vez que o valor destas bolsas é pago directamente à escola escolhida pelo aluno, em três parcelas trimestrais. Se o aluno mudar de escola, o dinheiro reverterá a favor da escola para onde for. É ainda referido que cabe ao Ministério da Educação definir anualmente o número de bolsas por área de formação, bem como o valor de cada bolsa por área de formação, o que significa que a diferentes áreas de formação poderão corresponder valores diferentes.

    O único critério que aparece aqui enunciado para a atribuição destas bolsas de frequência é a evolução escolar dos alunos, que o ME irá monitorizar, através dos seus serviços centrais e regionais. Dito de outro modo, o financiamento das escolas irá basear-se nos resultados escolares e no mérito dos seus alunos, ideia com a qual não podemos concordar de forma alguma, uma vez que há uma clara opção pela selectividade neste tipo de ensino, sendo discriminados e impedidos de aceder a uma formação inicial profissional de nível secundário os jovens com maiores dificuldades de aprendizagem. Sabendo-se que, por um lado, muitos dos alunos que frequentam as escolas profissionais provêm de famílias com fracos recursos económicos, que muitos deles escolhem esta via de ensino por não se reverem nos objectivos e metodologias dos cursos gerais e tecnológicos e que, por outro lado, no curto e médio prazo vai ser difícil implementar a generalização dos cursos profissionais nas escolas públicas, que alternativas restarão a estes jovens? Serem irremediavelmente atirados para o mercado de trabalho sem qualquer qualificação? Ou, como refere a proposta de Lei de Bases da Educação do Governo PSD/PP, são obrigatoriamente encaminhados para programas de formação vocacional adequados, formações essas que tudo leva a crer que sejam de 2ª ou 3ª categoria?

    Esta é, também, uma forma bastante habilidosa do Estado e do Ministério da Educação pouparem dinheiro e de se desresponsabilizarem pelo desenvolvimento e pela consolidação desta modalidade de formação, que tão necessária é ao país, passando o ónus da questão para as escolas, para as famílias, para a sociedade civil e para a iniciativa privada. O que aqui está em causa, antes de mais, é o direito fundamental à educação, situação com a qual não podemos, de forma alguma, pactuar.

    Sabendo-se, igualmente, que a maioria das escolas profissionais tem como principal fonte de receita os fundos comunitários e que muitas delas não conseguem angariar outro tipo de receitas junto das empresas da região onde estão inseridas, devido à actual conjuntura económica, dificilmente as escolas poderão sobreviver com um modelo de financiamento como este aqui apresentado. Vai, isso sim, constituir-se como um efectivo entrave ao crescimento e consolidação destas escolas, sendo que o desaparecimento será mais rápido para muitas delas, nomeadamente nos meios mais desfavorecidos do interior do país, onde fazem ainda mais falta como factor de combate aos desequilíbrios litoral-interior.

    Não basta afirmar que é necessário apostar fortemente no desenvolvimento do sistema educativo e de formação profissional. Não basta declarar a urgência de melhorar e diversificar a sua oferta formativa, de modo a evitar as situações de sub-qualificação, de sub-escolarização e de abandono escolar que ainda marcam fortemente o nosso país. Não basta afirmar repetidamente que a educação e a formação profissional são factores-chave para alterar e inverter o actual modelo de desenvolvimento económico e social português.

    É necessário que o Estado assuma, inequivocamente, o ensino profissional como um vector estratégico e decisivo do desenvolvimento dos cidadãos e da sociedade, criando e promovendo as condições efectivas para que tal aconteça, sem constrangimentos orçamentais.

    Não é essa, no entanto, a opção política assumida pelo Governo nesta proposta. Pelo contrário, com este documento abrem-se as portas para a continuidade das baixas qualificações académicas e profissionalizantes, para o agravamento das discriminações sociais, para a exclusão escolar e para uma ainda maior elitização do ensino, significando um claro retrocesso em termos sociais, políticos e ideológicos.

    Lisboa, 6 de Junho de 2003

    O Secretariado Nacional

Contrato Colectivo de Trabalho para as Escolas Profissionais

Depois de vários meses sem qualquer reunião, a FENPROF reuniu a 12 de Janeiro com a ANESPO (Associação Nacional do Ensino Profissional) para dar início ao processo negocial de um contrato colectivo de trabalho específico para os trabalhadores das escolas profissionais(*).

Nesta reunião foi acordado um protocolo onde se estabelecem critérios para o processo negocial, que terá início no próximo dia 1 de Fevereiro e se estenderá até ao início do próximo ano lectivo.

(* – CCT para as Escolas Profissionais Privadas)

O Secretariado Nacional

Associados da ANESPO na RAA:
Academia Musical da Ilha Graciosa
Associação de Desenvolvimento da Ilha de S. Jorge
Associação para o Desenvolvimento Local Ilha do Pico
Escola Profissional Câmara Comércio Indústria Ponta Delgada
Escola Profissional de Capelas
Escola Profissional de Nordeste
Escola Profissional Ribeira Grande
Escola Profissional Santa Casa da Misericórdia Ponta Delgada
Fundação de Ensino Profissional da Praia Vitória
Fundação Escola Profissional de Vila Franca do Campo
Santa Casa da Misericórdia da Horta
Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo
SINDESCOM – Sindicato Escritório Comércio, Indústria, Turismo, Serviços e Correlativos da Região Autónoma dos Açores

Dia Nacional de Luto dos Educadores e Professores

19 de Janeiro de 2007 – Dia da Publicação do Estatuto da Carreira Docente
Este é um Estatuto que:
 
– Promove a divisão dos professores!
– Fomenta o individualismo e a conflictualidade!
– Desvaloriza o acto de ensinar !
– Relativiza o mérito individual !
– É fonte de desmotivação e desalento !
– Desencoraja os mais jovens de optarem pela profissão !
Este é um Estatuto para rever com urgência !

ME altera ilegalmente Formação de Professores

O ME divulgou (16/01/2007) alguns aspectos do decreto-lei, aprovado em Conselho de Ministros, sobre as habilitações para o exercício da docência.

Trata-se de uma matéria que não foi negociada com as organizações sindicais. Nesta, como noutras áreas, o ME assume-se como o detentor da verdade, de toda a verdade. Ora, como se sabe, tal presunção abre sempre a porta a soluções desajustadas.

Sobre o que já se conhece do decreto-lei aprovado e as declarações do Secretário de Estado da Educação, a FENPROF entende assumir as seguintes posições:

 

1) A designação de “professor tutor” usada pelo ME nada tem que ver com as funções de coordenação que no passado chegaram, sob essa designação, a ser propostas por anteriores governos;

2) O que o Governo agora designa de “professor tutor” é um “super-professor” que leccionará, no 5º e 6º ano de escolaridade, áreas do conhecimento tão diferentes como Português, Matemática, Ciências da Natureza, História, Geografia e Expressões. A FENPROF entende que, para estes anos de escolaridade, a formação inicial de professores não pode fazer-se para um tão largo leque de áreas;

3) Não é verdade que no 5º e 6º ano de escolaridade os alunos tenham 10 professores. Salvo uma ou outra escola, os alunos têm para as várias áreas 6 professores;

4) O 1º ciclo do ensino básico continua a ser leccionado por um único professor apesar de a Lei de Bases do Sistema Educativo prever, desde 1986, a necessidade de ser coadjuvado em algumas áreas. A verdade é que este e outros governos nunca cumpriram aquelas disposições legais;

5) O ME afirma que o diploma aprovado em Conselho de Ministros visa “travar o acesso à profissão docente de licenciados sem formação específica”. Trata-se de uma falsa questão uma vez que o número de professores sem habilitação profissional é hoje residual;

6) No que respeita à comparação com outros países da UE bom seria que o ME recordasse que em muitos deles o 1º ciclo do ensino básico funciona com equipas educativas – vejam-se a título de exemplo a Finlândia e a Espanha;

7) O que o Governo e o ME realmente pretendem com esta decisão está bem distante do que publicamente está a ser referido. O Governo e o ME pretendem facilitar a gestão flexível dos profissionais da educação e simultaneamente fazer poupanças na formação inicial de professores.

A FENPROF reafirma que o fim último da política educativa não podem ser aqueles objectivos, mas sim a qualidade da escola pública e das aprendizagens das crianças e jovens;

8) O diploma aprovado em Conselho de Ministros altera matérias importantes da Lei de Bases do Sistema Educativo que, como se sabe, são da competência exclusiva da Assembleia da República. Em concreto, as disposições da LBSE não permitem ao Governo proceder a estas alterações na formação inicial de professores e na organização do ensino básico.

Nesta, como noutras matérias, o Governo está ilegalmente a fazer uma revisão da LBSE à margem da Assembleia da República.

9) As decisões do Governo e do ME, a concretizarem-se, conduzirão inevitavelmente à degradação da qualidade da formação inicial de professores.

O Secretariado Nacional

VI Concurso Artist@s Digitais 2006-2007

Objectivos:
O VI Concurso Os Artistas Digitais, promovido pelo CCEMS, tem como objectivos, não só promover a utilização das TIC em contexto escolar mas também desenvolver as capacidades de utilização das ferramentas de processamento de texto e de imagem, como instrumentos fundamentais para estimular a capacidade criativa dos alunos.

Pretende-se que os alunos elaborem desenhos em computador enquadrados nos temas propostos.
Destinatários:
O VI Concurso Artistas Digitais destina-se aos alunos de escolas públicas e privadas dividindo-se em duas categorias:
A – Alunos dos Jardins de Infância e Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico
B – Alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico
 
Como concorrer:
O concurso será obrigatoriamente efectuado através do site http://artistas.ccems.pt. Os concorrentes deverão obrigatoriamente registar-se neste preenchendo um formulário para o efeito, acedido através do menu “Registo de Artistas”.
Apenas serão admitidos a concurso os trabalhos submetidos on-line no endereço http://artistas.ccems.pt, após feito o login, no menu concorrer.
 
Fases e Temas:
O concurso terá uma fase única, a decorrer durante todo o ano lectivo de 2006/2007 com dois temas por categoria:
 
 
A – Alunos dos Jardins de Infância e Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico
Tema 1 ” O Meu Herói “
Pretende-se neste tema que os alunos representem a entidade, real ou de ficção, com que mais se identifiquem.
Tema 2 ” O computador para mim “
Pretende-se neste tema que os alunos representem a forma como encaram o computador.
 
B – Alunos dos 2º Ciclo do Ensino Básico
Tema 1 ” Desejo para o Mundo “
Pretende-se neste tema que os alunos pensem nas questões globais da humanidade e manifestem em desenho algo que poderia mudar o mundo para melhor.
 
Tema 2 ” Gostava de ter na minha escola “
Pretende-se que os alunos reflictam sobre o que poderia melhorar na sua escola e de que forma.
 
Formatos dos trabalhos:
Os trabalhos podem ter o formato JPG, GIF e BMP.
 
Júri do concurso:
Será constituído por elementos da equipa do CCEMS, representantes dos patrocinadores e artistas convidados.
 
Prémios:
Serão premiados em cada tema os três melhores trabalhos, seleccionados pelo júri.
Os trabalhos premiados serão divulgados neste site.
Haverá prémios finais a atribuir entre os trabalhos premiados em cada tema de acordo com as ofertas dos patrocinadores.
 
Disposições finais:
A participação neste concurso implica a concordância com os termos do presente regulamento, quer pelo aluno, quer pelo seu responsável (Pais, Familiares ou Tutores).
Os direitos de autor dos desenhos submetidos a concurso passam a pertencer ao CCEMS e apenas poderão ser utilizados pelo CCEMS, ou com a concordância deste.
Questões omissas serão analisadas pelo CCEMS.
Manual do Utilizador para o concurso (formato pdf)
Mais informações em http://artistas.ccems.pt/

Queixa à OIT: texto integral subscrito pelas 14 organizações que integram a Plataforma Sindical dos Docentes

Queixa à OIT: texto integral subscrito pelas 14 organizações que integram a Plataforma Sindical dos Docentes

Exmº Senhor

Director-Geral da

Organização Internacional do Trabalho

4, route des Morillons

CH-1211 Genève, 22

SUIÇA

O Governo português, por intermédio do Ministério da Educação, decidiu promover a revisão do Estatuto de Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, vulgarmente conhecido por Estatuto da Carreira Docente (ECD).

Dado o seu conteúdo, que versa, essencialmente, sobre as condições de trabalho de docentes que exercem a sua actividade profissional na Função Pública, este é um dos diplomas legais abrangido pelo disposto na Lei sobre Negociação Colectiva para a Administração Pública, – Lei nº 23/98, de 26 de Maio de 1998 – prevendo-se, pois, como de negociação obrigatória e sujeito a um conjunto de regras a respeitar no decurso dos processos negociais.

Esta Lei nº 23/98, de 26 de Maio, corresponde ao quadro legal nacional que dá corpo às normas constantes na Convenção nº 151, de 27 de Junho de 1978, da Organização Internacional do Trabalho, relativa à Protecção do Direito de Organização e aos Processos de Fixação das Condições de Trabalho na Função Pública, ratificada, em Portugal, pela Lei nº 17/80, de 15 de Junho.

Ao longo de todo o processo de revisão do ECD, o Ministério da Educação/Governo procedeu, por diversas vezes, de forma que contraria a referida Convenção Internacional, bem como a Lei que estabelece mecanismos negociais específicos para Portugal. Por exemplo, o calendário negocial, decidido unilateralmente pelo Ministério da Educação/Governo, era de tal ordem exíguo (tendo, também por essa razão, sido contestado pelas organizações sindicais) que impediu o recurso aos mais amplos processos, designadamente de auscultação dos docentes e de apresentação de contrapropostas negociais sobre todas as matérias. Realizaram-se reuniões em que apenas no início dos trabalhos os Sindicatos foram confrontados com novos documentos que estariam em discussão na própria reunião. Nos dias 5 e 6 de Setembro de 2006, a atitude do Ministério da Educação foi ainda mais grave, pois a discussão teve lugar sem que tivesse sido apresentado qualquer novo documento, o que veio a acontecer, apenas, no final dos trabalhos! Salvo melhor opinião, senhor Director Geral, estamos perante uma clara violação do disposto no Artigo 7º, da Convenção nº 151 da OIT.

Também o disposto no Artigo 8º da Convenção nº 151 da OIT, referente à Resolução de Conflitos, foi desrespeitado. Estabelecendo aquele artigo a necessidade de, perante um conflito, recorrer-se a um processo que dê garantias de independência e imparcialidade, a Senhora Ministra da Educação anunciou, em Conferência de Imprensa realizada em 1 de Novembro de 2006, que, no caso de os Sindicatos solicitarem a “negociação suplementar” (o que veio a acontecer no dia 5 desse mês), esta teria lugar (nos termos da lei portuguesa, quando solicitada, é de carácter obrigatório), no entanto, acrescentou, o texto a apresentar a Conselho de Ministros já se encontrava fixado. Veio a confirmar-se, no final da negociação suplementar, que todas as questões essenciais, que inviabilizaram a existência de um acordo negocial com o Governo, se mantiveram inalteradas, apesar de terem ocorrido duas reuniões de carácter suplementar.

Pelas razões referidas, as 14 organizações sindicais de docentes abaixo subscritoras – que se organizaram em Plataforma Sindical – na qualidade de parte envolvida na negociação, decidiram apresentar Queixa contra o Governo Português pelos procedimentos que adoptou neste processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente e apelar à intervenção de Vª Exª no sentido da sua correcção, ainda que tal obrigue ao reinício de todo o processo de revisão.

 

PROCEDIMENTOS DO M.E. ATENTATÓRIOS DA LEGISLAÇÃO E DE PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE NEGOCIAÇÃO

  1. Calendário e prazo das negociações

De acordo com o Artigo 7º, número 5, da Lei nº 23/98, de 26 de Maio, “as negociações sectoriais iniciam-se em qualquer altura do ano e têm a duração que for acordada entre as partes (.)”. No que respeita à revisão do E.C.D., esta disposição legal não foi cumprida, pois o M.E. impôs, unilateralmente, o calendário das negociações, como se comprova pelo ofício/mail que as organizações sindicais receberam em 31 de Julho de 2006 (Anexo 1), através do qual lhes é dado conhecimento daquele calendário. Diversas organizações sindicais protestaram por esta ilegalidade.

  1. Publicidade enganosa e paga pelo erário público

Em 14 de Outubro de 2006 (sábado), dois jornais diários de expressão nacional (“Público” e “Jornal de Notícias”) ocuparam as suas páginas centrais com publicidade paga pelo Ministério da Educação (Anexo 2). Esta despesa, nunca inferior a 10.000 euros por jornal, foi efectuada para propagandear posições ministeriais atinentes ao processo de revisão do E.C.D., com a agravante de alguns dos alegados esclarecimentos não corresponderem à verdade, mas a uma grosseira tentativa de manipular a opinião pública contra os professores e educadores. Não existindo qualquer lei que seja impeditiva deste procedimento, o teor do texto ministerial, por não corresponder à verdade, assume-se como destituído de sentido ético.

  1. Pressões ilegítimas sobre as organizações sindicais

Em 19 de Outubro de 2006, o Ministério da Educação entregou à Plataforma Sindical de Professores um documento designado “IV Proposta do Ministério da Educação – Resposta às contrapropostas da Plataforma Sindical” (Anexo 3). Na página 2 desse documento o ME refere que se trata “de uma proposta condicionada à obtenção de um compromisso que, pondo termo à conflitualidade que nas últimas semanas se tem desenvolvido e criando um clima de serenidade, possibilite a sua efectiva aplicação nas escolas“. A confirmar esta posição, o ME termina o seu documento referindo “São estas as propostas que o Ministério da Educação está disposto a concretizar no caso de obter da Plataforma Sindical um compromisso que proporcione um clima de serenidade“. É inédita e reprovável esta posição “negocial” do ME que condiciona a assunção de uma proposta que apresenta ao compromisso dos Sindicatos de contrariarem a sua própria natureza de representantes dos interesses e dos direitos dos trabalhadores, no caso, dos professores e educadores.

  1. Ameaça sobre os Sindicatos e os seus dirigentes

Face à não aceitação pela Plataforma Sindical, em 19 de Outubro, do compromisso que o ME pretendia que esta assumisse, o Secretário de Estado Adjunto e da Educação, em Conferência de Imprensa que promoveu nessa mesma tarde, afirmou “Ou [os sindicatos] não querem parar de tentar afundar o barco, correndo o risco de serem os primeiros a afogar-se, ou entram no barco connosco“. Esta ameaça foi proferida em Conferência de Imprensa (Anexo 4) em que as ameaças foram, ainda, outras: “Se os sindicatos mantiverem o clima de contestação e luta, terão de explicar aos colegas porque não há extinção dos QZP e porque não há mais vagas para professor titular“, ou “Um ultimato seria dizer aos sindicatos que exigimos a assinatura de um acordo [sobre o ECD]. Admitimos que não o façam, não admitimos que mantenham a contestação no tom actual“.

Inadmissível, do ponto de vista democrático, é o tom de ameaça presente nas declarações deste membro do Governo!

  1. Ministério da Educação promove mentira em comunicado oficial

O ME emitiu, no sábado dia 28 de Outubro, um comunicado sobre a sua posição negocial relativa a interrupções de actividade docente (Artigos 91º, 92º e 93º do ECD em vigor). Deve-se, tal comunicado, ao facto de a comunicação social ter destacado que o projecto ministerial, entregue aos Sindicatos em 25 de Outubro, e longamente discutido em 27, consagrar a revogação do actual Artigo 91º (Anexo 5). Perante o coro de protestos que logo surgiu, o ME veio desmentir a notícia (Anexo 6) afirmando, não só, que tal artigo se mantinha, como apresentando uma formulação que disse ser textual. Além desta mentira, procurou confundir, no seu comunicado, “interrupções de actividadedocente” com “interrupções de actividade lectiva“, estas sim, sem qualquer sentido de figurarem no ECD. A Plataforma Sindical foi obrigada, no mesmo dia, através de comunicado (Anexo 7), a esclarecer a opinião pública sobre a mentira posta a circular pelo designado “Gabinete do Ministério da Educação”.

  1. Senhora Ministra da Educação pôs em causa processo de negociação suplementar

A Plataforma Sindical dos Professores decidiu solicitar, nos termos da Lei 23/98, de 26 de Maio, a negociação suplementar do processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente.

Nos termos da referida Lei, esta negociação suplementar poderá abrir-se, a pedido das organizações, “para resolução de conflitos” que persistam após terminado o período de negociação (Artigo 9º, ponto 1). Este pedido terá de ser apresentado “no final da última reunião negocial ou, por escrito, no prazo de cinco dias úteis” (ponto 2 do mesmo artigo).

A negociação suplementar, se for solicitada, é obrigatória e a sua duração poderá chegar aos 15 dias, não se encontrando estabelecido qualquer limite ao número de reuniões a realizar (ponto 3). Refere, ainda, este Artigo 9º no seu ponto 4, que a negociação suplementar será obrigatoriamente presidida pelo membro do Governo responsável pelo sector.

Apesar das organizações sindicais terem tornado pública a intenção de solicitarem a negociação suplementar, a senhora Ministra da Educação informou publicamente, em Conferência de Imprensa que promoveu em 1 de Novembro, que “o diploma está pronto para ir a Conselho de Ministros” (Anexo 8).

  1. Ministério da Educação levou a Conselho de Ministros versão que as organizações sindicais desconheciam

As organizações sindicais de docentes solicitaram ao Ministério da Educação que lhes fosse enviado o texto final de ECD que seria apresentado em Conselho de Ministros para aprovação. As organizações sindicais solicitaram esse documento porque os seus gabinetes jurídicos, bem como outros juristas a quem solicitaram apoio, iriam preparar pareceres sobre aspectos de duvidosa legalidade, e mesmo constitucionalidade, para apresentação a Sua Excelência o Senhor Presidente da República e aos Grupos Parlamentares. Os responsáveis ministeriais assumiram esse compromisso e no dia 22 de Novembro, pelas 21.30 horas, fizeram chegar aos Sindicatos de Professores a versão que, presumivelmente, seria apresentada na reunião de Conselho de Ministros que teria lugar no dia seguinte (23 de Novembro).

Lida essa última versão, as organizações sindicais detectaram duas diferenças relevantes entre compromissos assumidos pelo ME e o teor da versão recebida. Desse facto, algumas organizações sindicais [a FENPROF (Anexo 9), a FNE (Anexo 10) e a ASPL (Anexo 11) protestaram junto do Ministério da Educação e solicitaram informação sobre a matéria, tendo recebido a resposta que também se junta (Anexo 12). Pela resposta recebida infere-se que, afinal, a presumível última versão enviada às organizações sindicais não corresponderá à que, efectivamente, foi apresentada e aprovada em Conselho de Ministros, o que prejudica a qualidade da intervenção jurídica pretendida, podendo impedir o exercício de um direito inalienável das organizações sindicais.

  1. Postura anti-negocial global do Ministério da Educação

Ao longo de todo o processo de revisão do ECD, houve matérias que se mantiveram inalteráveis desde a primeira versão apresentada pelo Ministério da Educação. De facto, os aspectos essenciais, que definem o ingresso, a estrutura e o acesso na carreira, a tipologia dos quadros ou os horários de trabalho não mereceram qualquer tipo de alteração, relevando, de entre todos, a existência de uma prova para ingresso na carreira, a divisão da carreira em duas categorias, a existência de quotas para atribuições das classificações de “Excelente” e “Muito Bom” e a existência de uma dotação de vagas na designada categoria de professor titular.

Esta atitude inflexível e inamovível do Ministério da Educação, que se manteve apesar das contrapropostas apresentadas pelas organizações sindicais, individualmente e em Plataforma Sindical, contraria o espírito e a própria letra da lei sobre negociação colectiva, pois impediu que se chegasse a qualquer tipo de acordo, ainda que parcial. Ou seja, sob a aparente capa de um processo de negociação, o Ministério da Educação limitou-se a impor soluções que não foram sufragadas por nenhuma organização sindical. Este comportamento é claramente contrário à negociação.

Lisboa, 28 de Dezembro de 2006

As Organizações Subscritoras:

FENPROF – Federação Nacional dos Professores

FNE – Federação Nacional dos Sindicatos da Educação

SPLIU – Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades

SNPL – Sindicato Nacional dos Professores Licenciados

SEPLEU – Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades

FENEI – Federação Nacional do Ensino e Investigação

ASPL – Associação Sindical de Professores Licenciados

PRÓ-ORDEM – Associação Sindical dos Professores Pró-Ordem

FEPECI – Federação Portuguesa dos Profissionais da Educação, Ensino, Cultura e Investigação

SIPPEB – Sindicato dos Professores do Pré-Escolar e do Ensino Básico

SIPE – Sindicato Independente dos Professores e Educadores

USPROF – União Sindical dos Professores

SINPROFE – Sindicato Nacional dos Professores e Educadores

SNPES – Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário

Pel’A Plataforma Sindical dos Professores e Educadores
Paulo Sucena
(Porta-Voz)

 

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