Domingo, Setembro 29, 2024
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8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 
Pela Igualdade e pelos Direitos
Mudança de Políticas – SIM!

 

Foi em 1857 que mais de uma centena de corajosas operárias têxteis de Nova Iorque morreram ao lutarem por salários justos e pela redução da jornada de trabalho.

Recusavam, já nesse tempo, a discriminação e a exploração patronais, que lhes impunham menos de um terço do salário dos homens, que as obrigavam a trabalhar entre 12 e 16 horas diárias e lhes exigiam ritmos de trabalho desumanos e sem descanso, que lhes recusavam direitos elementares de protecção da maternidade e de apoio à família.

Fizeram História, essas mulheres, e projectaram para as gerações futuras o seu exemplo, a sua determinação, a sua coragem e a justeza da sua luta, em razão de condições de vida dignas, da justiça social e da igualdade entre os sexos.

150 Anos depois – apesar da existência de normas internacionais, europeias e nacionais que estabelecem a igualdade de mulheres e homens e proíbem as discriminações no plano formal – na prática, deparamo-nos com problemas semelhantes, ainda que com dimensões diferentes, já que a essência da natureza de classe do capitalismo se mantém inalterada.

150 anos depois, no ano que a União Europeia instituiu como da “Igualdade de Oportunidades para Todos – Para uma Sociedade Justa”, as trabalhadoras portuguesas inscrevem, ainda, entre os seus objectivos de luta:

  • a eliminação de discriminações salariais e o combate à carestia de vida;
  • horários de trabalho que permitam articular vida profissional e familiar;
  • o fim do despedimento ilegal de grávidas e da violação dos direitos de maternidade e de paternidade nos locais de trabalho;
  • a criação de uma rede pública de infra-estruturas sociais (creches, jardins de infância e outros) adequada às necessidades;
  • a implementação de políticas económicas, sociais e de saúde que garantam estabilidade e condições de vida digna às mulheres e às famílias.

2007 Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos

 
 
Em 2007 celebra-se o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, subordinado ao tema “Para uma Sociedade Justa” e que tem como objectivo sensibilizar, atrair atenção política e mobilizar intervenientes estratégicos para as questões da igualdade e da não-discriminação. No âmbito desta iniciativa que se articulará em redor de quatro temas: os direitos, a representação, o reconhecimento e o respeito, serão desenvolvidas diversas actividades em todos os Estados-Membros.

Portugal acolherá, no âmbito da presidência da União Europeia a seu cargo no segundo semestre de 2007, a conferência internacional de encerramento do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, marcada para 21 e 22 de Novembro.

Para mais informações, poderá consultar o site da CIDM ou o novo site da Comissão Europeia sobre o Ano Europeu 2007.

Vencimentos 2007

Docentes em carreira

Docentes noutras situações

Escalão

Tempo

Índice

Remuneração

Contratados

Índice

Remuneração

2
112

969,42 €

Licenciados profissionalizados

151

1.306,98 €

3
125

1.081,94 €

Licenciados profissionalizados no 1º ano de contrato

126

1.090,59 €

3
151

1.306,98 €

Licenciados não profissionalizados

126

1.090,59 €

4
167

1.445,47€

Não licenciados profissionalizados

112

969,42 €

4
188

1.627,23 €

Não licenciados profissionalizados no 1º ano de contrato

89

770,34 €

3
205

1.774,38 €

Não licenciados não profissionalizados

89

770,34 €

7º/l
3
218

1.886,90 €

Sem habilitação legal e sem curso superior

83

718,41 €

7º/ll
 
223

1.930,18 €

Docentes em Pré-Carreira

 
 
7º/lll
 
235

2.034,04 €

Licenciados

136

1.177,15 €

3
245

2.120,60 €

Não licenciados

99

856,89 €

5
299

2.587,99 €

Docentes profissionalizados dos QZP

 
 
10º
340

2.942,87 €

Licenciados

151

1.306,98 €

Período Probatório

Não licenciados

112

969,42 €

Licenciados

126

1.090,59 €

Índice 100 para 2007

865,55€

Bacharéis

89

770,34 €

Subsídio de refeição

4,03 €

Reitores recusam agência de avaliação nomeada pelo Governo

 
CRUP rejeita diploma que cria Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
 

Fernando Seabra Santos, desde ontem presidente do conselho de reitores das universidades portuguesas (CRUP), classificou como “profundamente incoerente” o projecto de decreto-lei que cria a agência de avaliação e acreditação para a garantia da qualidade do ensino superior. “é muito estranho que quem tanto fala em independência se esqueça de a assegurar”, afirmou, em declarações ao público, referindo-se ao facto de estar previsto que os membros do conselho geral daquela estrutura sejam nomeados pelo governo.

Tal como acontece no texto do parecer do CRUP sobre o diploma, divulgado ao princípio da noite de ontem, também Seabra Santos começou por dizer que o conselho “é completamente favorável à criação de uma agência independente”. isto para sublinhar, precisamente, que os reitores consideram que “a forma [prevista] de designação dos membros dos diferentes órgãos não corresponde ao “traço essencial de independência quer face ao poder político, quer às entidades avaliadas””, conforme se lê no preâmbulo do projecto de decreto-lei.

O CRUP questiona, em concreto, o facto de o conselho geral da agência à qual caberá realizar a avaliação e a acreditação de todos os estabelecimentos e cursos do ensino superior “ser constituído apenas por vogais nomeados pelo governo”. “estamos a falar de um órgão determinante, na medida em que tem competência para nomear e destituir os conselhos de administração e de revisão”, frisou Seabra Santos.

Em alternativa, é sugerida, no parecer, “uma comparticipação nas responsabilidades”. em concreto, que um vogal seja escolhido pelo primeiro-ministro; outro indicado em conjunto pelo CRUP, pelo conselho coordenador dos institutos superiores politécnicos e pela associação portuguesa do ensino superior privado; e que o terceiro seja cooptado por aqueles dois vogais.

O CRUP descobre “outra das profundas incoerências” referidas por seabra santos no sistema de financiamento da agência. “à excepção de um período transitório de três anos, quem manda é o governo e quem paga são os avaliados”, interpreta o presidente. propõe-se no parecer que o governo assuma uma percentagem (que não quantifica) dos custos dos processos desenvolvidos pela agência, “dada a natureza obrigatória da avaliação e da acreditação”.

Na manhã de ontem, ao discursar na cerimónia de tomada de posse do cargo de reitor da universidade de coimbra, Seabra Santos já se referira ao assunto. Mas para considerar “preocupante” que se avance “com uma avaliação internacionalmente referenciada” num momento em que ” chega às universidades portuguesas, por cada aluno, apenas metade do que dispõe por aluno a universidade europeia média”. “se não houver bom senso e seriedade, o resultado desta atitude voluntarista pode revelar-se dramático”, alertou, sublinhando que, “para comparar resultados, os recursos também têm de ser comparáveis”.

 
 
 
 
 
 

2 de Março – DIA DE LUTA

Face à prepotência demonstrada pelo ME impondo um ECD que desvaloriza a profissão docente e degrada a Escola Pública, os Professores e Educadores têm razões acrescidas para marcarem presença nas Galerias da Assembleia da República a partir das 10.00 horas.

SINDICATOS ADMITEM REGRESSAR À LUTA

 

Proposta do concurso vai ser discutida na próxima semana com a Plataforma Sindical. Só chega a professor titular quem nunca faltou.

Como é que os actuais docentes podem concorrer a professor titular? Devem estar nos 8º, 9º e 10º escalão da carreira ? ou seja, nos patamares mais altos ? e não faltarem ao trabalho. Estas são duas das condições propostas pelo Ministério da Educação (ME) para o primeiro concurso para o primeiro concurso para professor titular. A tutela espera que mais de 50 mil concorram a esta nova categoria.

O texto foi ontem enviado aos sindicatos que vão reunir com a tutela no início da próxima semana. Esta é a primeira de duas dezenas de matérias que vão ser reguladas após a aprovação e promulgação do Estatuto da Carreira Docente (ECD) pelo Presidente da República , no passado dia 10 de Janeiro.

Este foi também um dos temas que os representantes dos docentes, reunidos na Plataforma Sindical, mais criticaram: a divisão da profissão em duas categorias, a dos professores e dos professores titulares. A esta categoria, para a qual são definidas quotas, só é possível aceder através de concurso.

O ME exige que os educadores de infância e professores do básico e secundário sejam avaliados para progredir na carreira. O objectivo de criar esta nova categoria é o de “dotar, pela primeira vez, as escolas de um corpo qualificado” de professores que terá as funções de coordenação e supervisão pedagógica, diz a tutela em comunicado. “A criação do professor titular é ainda uma condição para a aplicação do novo regime de avaliação de desempenho”, continua.

Docentes dispensados

O concurso será interno, ou seja, aberto em cada um dos agrupamentos de escola. Alem das suas habilitações profissionais, os professores serão avaliados pela experiência profissional e desempenho. Vão ser ponderados factores como a assiduidade ao serviço, o desempenho da actividade de professor e de cargos de coordenação e supervisão pedagógica. Será ainda tido em conta o exercício de funções nos órgãos de gestão e administração do agrupamento de escolas, bem como de director do centro de formação de professores local.

Segundo a proposta, os profissionais que actualmente beneficiam de uma dispensa total ou parcial da componente lectiva por razões de doença ficam automaticamente excluídos do primeiro concurso: Para efeitos de selecção serão consideradas todas as faltas, licenças e dispensas dos candidatos entre os anos lectivos 2000/2001 e 2005/2006, mesmo que por doença ou maternidade.

As candidaturas serão analisadas ? do júri farão parte o director regional de Educação, o presidente do conselho executivo da escola e o director do centro de formação de professores ? e serão avaliadas numa escala de 0 a 100. Os docentes terão de ter um mínimo de 60 valares para a sua candidatura ser aprovada.

Como há quotas, só um terço dos professores do quadro de cada escola poderá chegar a titular ? os candidatos só podem concorrer às escolas onde pertencem. Em caso de empate, volta a ser a assiduidade o factor decisivo.

A criação de quotas, de um exame de ingresso na profissão e a avaliação dos professores levou a que estes tenham contestado as medidas. Depois de duas greves e de duas manifestações, o estatuto foi aprovado.

 

Plataforma unida contra Estatuto

Ao contrario do que prevê a lei, o Ministério da Educação não negociou com os Sindicatos as datas e os temas a negociar, acusa Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma Sindical, que reúne todas as estruturas sindicais de professores. O processo de regulamentação do Estatuto da Carreira Docente, que acontece na segunda e terça-feira, começa assim “mal”, continua aquele membro da Federação Nacional dos Professores. “Esta é das matérias que criou maiores divergências entre o ministério e os sindicatos “, recorda. A criação de duas carreiras vai impedir a progressão de “milhões de docentes e, ao mesmo tempo, estabelecer uma relação hierarquizada entre professores dentro de cada escola”, critica a Plataforma Sindical, em comunicado. Contudo, os sindicatos “não darão qualquer palavra de ordem para que os professores não se candidatem a professor titular”, sublinha Nogueira. “Queremos que todos concorram, porque todos devem provar que têm mérito para ser titular. Queremos encharcar essa categoria com professores que se queixem não ter vagas por motivos economicistas”, declara. A Plataforma Sindical não põe de parte o regresso à luta para “contestar uma carreira insultuosa”, termina.

Bárbara Wong

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