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Calendário Escolar para o ano lectivo 2009/2010

Portaria n.º 25/2009 de 31 de Março de 2009

O ano lectivo 2009/2010 tem início a 14 de Setembro de 2009 e termo a 25 de Junho de 2010, dividindo-se em três períodos lectivos, a saber:

Actividades lectivas

1º Período – início – 14 de Setembro de 2009

                – termo – 18 de Dezembro de 2009

2º Período – início – 4 de Janeiro de 2010

                – termo – 26 de Março de 2010

3º Período – início – 12 de Abril de 2010

                – termo – 25 de Junho de 2010

Interrupções lectivas

1ª Interrupção – 21 de Dezembro de 2009 a 3 de Janeiro de 2010

2ª Interrupção – 15 a 17 de Fevereiro de 2010

3ª Interrupção – 29 de Março a 9 de Abril de 2010

O primeiro dia do ano lectivo, 14 de Setembro, ocorre em todas as turmas já com actividades lectivas.

 

Ensino Profissional: 20 anos de incerteza, instabilidade e precariedade! Até quando?

 

“O sacrifício profissional dos professores, técnicos, formadores e restantes funcionários auxiliares de acção educativa e administrativos que, com a sua dedicação e protagonismo (e o seu próprio prejuízo), têm sido o garante desta resposta educativa e formativa”, é um dos traços dominantes do “balanço negativo do Ensino Profissional”, como realçou a FENPROF, em conferência de imprensa realizada na tarde desta terça-feira, 24 de Março, em Lisboa.

Como sublinhou Mário Nogueira, “o financiamento sufocante da actividade destas escolas” (200 só no continente), que é “não só absolutamente desadequado mas, também, insuficiente e sistematicamente atrasado”, é outro dos aspectos marcantes da actualidade no sector.

Além do secretário-geral da FENPROF, participaram no encontro com os jornalistas os dirigentes sindicais que coordenam o Departamento da Federação para o Ensino Profisional: Anabela Sotaia, coordenadora adjunta do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) e coordenadora deste grupo de trabalho, que respondeu a várias questões colocadas pelos jornalistas; Graça Sousa, da Direcção do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL); José Manuel Costa, da Direcção do Sindicato dos Professores do Norte (SPN); Rui Sousa, vice-presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS); e Nuno Fonseca, da Direcção do Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA). Motivos profissionais impediram a presença do representante do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM).

Governantes falam demagogicamente do “êxito”
do ensino profisional mas esquecem os sacrifícios
dos que lá trabalham!…

“Num momento em que se celebram os vinte anos de implementação do Ensino Profissional no nosso País e em que Governo e Ministério da Educação enaltecem o papel fundamental dos cursos profissionais na qualificação de mais jovens “para uma integração de melhor qualidade na vida activa”, os docentes e formadores das escolas profissionais vivem situações de extrema precariedade e instabilidade”, lê-se na nota sintetizada e comentada por Mário Nogueira nesta conferência de imprensa.

“Para esta crescente valorização do modelo do ensino profissional nunca houve a correspondente valorização, por parte dos sucessivos governos e equipas ministeriais, dos milhares de docentes e formadores que tanto contribuíram, com o seu trabalho e dedicação, para o desenvolvimento deste tipo de ensino e dos alunos que o têm frequentado”, lembra a FENPROF, que acrescenta:

“Na verdade, esse desenvolvimento e alguma qualidade que, apesar de tudo, tem surgido, foram obtidos à custa dos direitos destes profissionais: vinte anos após a criação das escolas profissionais, não têm direito, ainda, a uma carreira! É num quadro de completa desregulação laboral, de constante instabilidade profissional e de grande incerteza face ao futuro que estes docentes e formadores exercem a sua actividade.”

O actual Governo, como foi recordado na conferência de imprensa, vai terminar o seu mandato deixando esta grave situação…

Os problemas mais comuns no sector

A FENPROF define assim “os problemas mais comuns na generalidade das escolas profissionais do Norte, Centro e Sul do País”:

– Inexistência de um contrato colectivo de trabalho que preveja, entre outros aspectos de âmbito socioprofissional, regras relativas a horário de trabalho, organização das diversas componentes das funções docentes e as condições de progressão na carreira;

Sendo o horário lectivo a prestar de 22 horas, estes docentes estão sujeitos a cargas horárias lectivas que se situam entre as 24 e as 27 horas (por vezes mais!) sem qualquer tipo de remuneração acrescida ou extraordinária;

– Exercício de cargos pedagógicos (orientador educativo de turma e coordenador de curso, entre outros) sem a correspondente redução da componente lectiva e sem qualquer compensação remuneratória;

– Obrigatoriedade de permanência de 35 horas na escola, o que impede o normal desenvolvimento da sua componente individual de trabalho, necessariamente destinada à preparação, planificação e avaliação da actividade docente e das aprendizagens, nas suas diversas variáveis;

– Recibos verdes ilegais, durante anos a fio (5, 6 ou mais anos), sem direito a férias, a subsídio de férias e 13º mês, a subsídio de refeição e sem descontos para a Segurança Social;

– Redução unilateral do horário de trabalho dos professores do quadro, o que é ilegal, com o objectivo de reduzir salários e transferir essas horas para professores contratados que, por esse motivo, são ainda pior remunerados;

– Inexistência de uma tabela salarial global, o que permite desigualdades profundas entre escolas;

– Salários congelados (sem qualquer revisão anual, nem qualquer correspondência com o tempo de serviço cumprido) durante vários anos.

Falta uma Lei do Financiamento

Na perspectiva da FENPROF, “se por um lado, estas situações estão a levar a consequências muito negativas no plano da motivação e do investimento na profissão, com prejuízo da qualidade e da eficácia das actividades destes docentes, por outro, elas são a face mais visível de um financiamento insuficiente e completamente desajustado ao normal funcionamento destas escolas e ao discurso do Governo de que se está perante uma prioridade política no quadro de uma transformação positiva do sistema educativo.”

E a Federação justica: ” Isto porque o modelo de financiamento das escolas profissionais, com excepção das da região de Lisboa e Vale do Tejo, e as regras envolvidas são exactamente as mesmas de qualquer acção de formação avulsa, de 20 ou 30 horas, a que se candidata uma qualquer empresa ou um gabinete de formação profissional.”

Escolas tratadas como “empresas beneficiárias da formação”

Como explica a FENPROF, “nesta lógica, as escolas profissionais são tratadas de forma diferente dos restantes estabelecimentos de ensino, apesar de lhes ser exigida a mesma resposta. São tratadas como empresas beneficiárias da formação, que têm de adiantar o seu próprio investimento. Como? Muitas vezes recorrendo ao crédito bancário, do qual apenas são reembolsadas depois, por norma, tarde e a más horas, pelos apoios do Fundo Social Europeu, complementados pelos do Estado português, mas não na totalidade. É que os juros do recurso ao crédito a que se vêem obrigadas não são elegíveis, correspondendo a mais uma sobrecarga inadmissível no seu orçamento”.

“O que é grave é que estas regras de financiamento não se coadunam com os objectivos dos projectos educativos de ciclos de formação trienais a que estas escolas estão obrigadas, estando, por isso, muitas delas em situação de verdadeiro estrangulamento. E é inadmissível que, actualmente, com vinte anos de existência, muitas escolas continuem sem dinheiro para pagar aos professores e formadores, com os quais têm, inevitavelmente, compromissos permanentes”, esclarece a FENPROF.

“Desinteresse da tutela” e “novas formas de escravidão”

Como foi referido pelos dirigentes sindicais presentes no encontro com a comunicação social, todos estes problemas têm vindo a ser denunciados pela FENPROF junto das instâncias governativas (Ministério da Educação e Ministério do Trabalho), insistentemente, há já vários anos, com pedidos de reunião urgente, sem qualquer resposta ou, sequer, informação de recepção, o que revela um absoluto desinteresse da tutela pelas condições inumanas em que milhares de professores e técnicos exercem as suas funções. Cidadãos que, afinal, têm vindo a desconstruir expectativas quanto ao seu futuro profissional, com cujas famílias deixaram, muitas vezes, de partilhar momentos em conjunto, vendo, assim, reduzida, dramaticamente, a sua qualidade de vida à custa da manutenção do emprego, sujeitando-se, por esse motivo, a estas novas formas de escravidão.

“É absolutamente inaceitável e, até, contraditório com o enaltecimento e valorização (no discurso) que têm vindo a ser feitos pelo Governo e pelo ME, em torno do ensino profissional, que estes se mantenham numa atitude autista e completamente irresponsável (nos actos), prejudicando o conjunto dos docentes e formadores das escolas profissionais, com consequências muito negativas no plano socioprofissional e na qualidade do ensino destas escolas, colocando, mesmo, em risco, o trabalho que têm desenvolvido nestes anos e, até mesmo, o seu funcionamento. Por esta razão, há escolas que já tiveram de fechar as suas portas”, como esclareceu Anabela Sotaia, que apresentou vários exemplos.

“Cresceu muito, mas cresceu mal”

“Este retrato negro, que peca, apenas, por defeito e que atinge drasticamente todo o sistema de ensino profissional, tem no sector privado maior incidência. Porém, também no ensino público o crescimento da oferta de cursos profissionais não foi feito, não está a ser feito, de forma sustentada”, observou Mário Nogueira no diálogo com os jornalistas, afirmando mais adiante: “Em quatro anos, a oferta de cursos profissionais passou de uns residuais 10% para 60,3% do total global deste subsistema.”

Como afirmaria o secretário-geral da FENPROF, o Ensino Profisional “cresceu muito, mas cresceu mal”.

“Se, por um lado, este é um crescimento que poderia introduzir efeitos positivos, designadamente ao nível da redução do abandono escolar ou da resposta pública neste âmbito, por outro, ele está a fazer-se à custa do empobrecimento do currículo de formação geral, conferindo-lhe um estatuto de segunda oportunidade; do aumento da precariedade laboral dos docentes e de sucessivos atropelos à legalidade, designadamente em matéria de horários de trabalho e de subversão do conteúdo funcional e dos seus direitos profissionais; de redução do número de horas de formação, empobrecendo, principalmente, as áreas técnicas e práticas, que são fundamentais; da substituição de todos os cursos tecnológicos das escolas secundárias, mesmo quando os resultados eram positivos, sem que qualquer avaliação a tenha justificado; de empurrar muitas escolas para uma reorientação curricular para a qual não estavam, obviamente, preparadas”, destaca a nota divulgada aos profissionais da comunicação social.

Uma nota final para recordar, como fizeram Mário Nogueira e Anabela Sotaia, que desde há muito que as questões do Ensino Profissional e das escolas profissionais têm vindo a merecer por parte da FENPROF e dos seus Sindicatos uma especial atenção e têm estado presentes na sua actividade e acção reivindicativa.
“Sempre entendemos que o Ensino Profissional deveria ser assumido, inequivocamente, como um vector estratégico para a concretização de um novo modelo de desenvolvimento do País e dos cidadãos e que, por isso, a oferta deste tipo de cursos deveria, também, ter uma forte expressão nas escolas públicas”.

 

Sim, é urgente o combate à violência escolar! Mas, não com professores aposentados

 

No final de Janeiro fomos confrontados com um projecto de despacho do Ministério da Educação sobre o enquadramento de trabalho voluntário de professores aposentados nas escolas, já aprovado pelo Governo e enviado para publicação em Diário da República.

Passado um mês, a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), perante o número de processos-crime de violência escolar abertos em 2008 pela Procuradoria Geral da República, divulgados nos órgãos de comunicação social, vem dizer que é urgente tomar medidas que ponham cobro à violência nas escolas. Nas medidas que propõe, a CNIPE defende “que a futura contratação de professores reformados possa incluir docentes num plano de acções a desenvolver nas escolas no quadro do combate à violência. A experiência e a disponibilidade daqueles professores poderão contribuir para a prevenção do fenómeno da violência dentro da escola”.

 

Não é possível ficar-se insensível a tais dislates.

É inadmissível que tais propostas tenham sido feitas e transformadas em lei, quando se sabe que o recurso à aposentação antecipada, de milhares de docentes, com significativa penalização no valor das suas pensões, se deu após a feroz campanha desencadeada contra o desempenho dos professores ? particularmente por parte do Ministério da Educação e do Governo, criando nas escolas um clima de mal-estar e de enorme pressão.

Mas mesmo que nada tivesse acontecido, mesmo que não houvesse desemprego de profissionais qualificados, como há, é intolerável pensar-se atribuir a professores aposentados a árdua tarefa do combate à violência nas escolas.

Certos de que é urgente a assunção de medidas que ponham cobro a todas as formas de violencia, primeiramente há que equacionar bem as suas causas. Estas não podem resumir-se à falta de paz nas escolas gerada pela guerra entre Professores e Ministério da Educação, à falta de pessoal auxiliar qualificado e de meios da Escola Segura, como afirma a CNIPE, ou, como refere o Director-Geral do Instituto de Apoio à Criança (Diário de Notícias de 25/02/2009), à falta, por parte dos jovens, da noção da importância de aprender, à falta de hábitos de trabalho e resistência às dificuldades impostas pela realidade.

Outros problemas há que não podem ser escamoteados pela relevância que têm no comportamento da Sociedade. Lamentavelmente, muito raras vezes são abordados quer pelos pais, quer pelos governantes, quer pelos comentadores políticos dos órgãos de comunicação social.

Como é possível ignorar, entre outros, o desemprego, a precariedade do trabalho, os baixos salários, o desregulação dos horários de trabalho e a sua extensão (com gravíssimas consequências nas relações familiares e no acompanhamento das crianças e dos jovens pelos pais), a falta de perspectivas dos jovens para o seu futuro, a distorção de valores pelo culto do individualismo, do salve-se quem puder, pelos exemplos de desonestidade e corrupção vindos de figuras de grande destaque, incluindo governantes, bem como o papel deseducativo de muitos programas da televisão?

A violência nas escolas acabará quando houver vontade política para resolver os graves problemas que a Sociedade enfrenta. A Sociedade dos Homens está doente, e quando a Sociedade dos Homens está doente as Crianças e os Jovens são o seu mais directo reflexo.

 

Os professores aposentados, como cidadãos intervenientes, reafirmam a urgência da defesa das 12 Medidas pela Não Violência e Convivência Escolares, aprovadas no 9.º Congresso da FENPROF, e a sua disponibilidade para estar ao lado de quantos abracem a luta pela construção de uma Sociedade justa, em que a igualdade de oportunidades seja uma realidade.

O Departamento de Professores Aposentados da FENPROF

(23.03.2009)

REGIME ESPECIAL DE APOSENTAÇÃO PARA EDUCADORES DE INFÂNCIA E PROFESSORES DO PRIMEIRO CICLO DO ENSINO BÁSICO

Fenprof apresenta propostas à Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, nomeadamente o artigo 2.º e artigo 4.º, da iniciativa do SPRA, para integrar no Projecto-Lei que um grupo de Deputados da Assembleia da República se propõe apresentar, no sentido de se possibilitar a aposentação antecipada a todos os docentes da Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo, abrangidos pelo regime especial de aposentação, sendo a pensão calculada nos termos do anexo II e VII do Decreto-Lei n.º 229/2005, de 29 de Dezembro.

Projecto lei em formato pdf

PROGRAMA DA RTP-AÇORES “ESTAÇÃO DE SERVIÇO” ABORDA QUESTÃO DA REGIONALIZAÇÃO DO ENSINO

O Sindicato dos Professores da Região Açores defendeu e continua a defender que o Sistema Educativo não deve comportar mais do que um “currículo” que consubstancie a matriz base dos conhecimentos e competências essenciais a todo o cidadão português.

Isto não significa que não se valorize as especificidades de cada região e, no caso concreto dos Açores, que não se promova nas nossas escolas a afirmação da Açorianidade, reafirmando e reforçando a nossa identidade cultural, através do aprofundamento do conhecimento da nossa geografia física e humana, da nossa história, das nossas tradições e da nossa religiosidade.

A questão que se impõe centra-se no modo como fazê-lo.

A construção do denominado “Currículo Regional” não consubstancia uma preocupação de todo inovadora. A Lei de Bases do Sistema Educativo refere que os planos curriculares do ensino básico devem ser estabelecidos à escala nacional, sem prejuízo, contudo, da existência de conteúdos flexíveis, integrando componentes regionais.

Portanto, quando se fala de “currículo regional”, deve-se, possivelmente, estar a falar da introdução ou integração de conteúdos regionais no âmbito do currículo nacional.

Haverá como que um certo pretensiosismo de linguagem, porque o próprio DLR nº 15/2001/A, de 4 Agosto, respeitante à Organização e Gestão Curricular dos Ensinos Básico e Secundário na RAA, refere que a definição de currículo nacional abre espaço para a introdução nos currículos escolares de componentes de índole regional e local que, sem prejuízo da unicidade curricular do sistema educativo, melhorem a integração da escola no meio social onde se insere, estando criadas as condições para que as escolas da RAA introduzam nos seus currículos matérias relevantes para um melhor conhecimento da realidade açoriana.

Importa referir que o actual Sistema Educativo, ao possibilitar a construção de Projectos Educativos , Projectos Curriculares de Escola e de Turma, no âmbito da autonomia das escolas, abre espaço à aquisição e aprofundamento de conhecimentos e de competências que visam a promoção da identidade cultural das diversas comunidades de cidadãos que integram o território nacional e que, em termos metodológicos, aponta para que as aprendizagens se desenvolvam num grau de complexidade crescente, partindo do conhecimento e vivências sócio-culturais locais, como base de sustentação e compreensão da realidade regional, nacional e mundial.

O referido diploma refere que a introdução do denominado “currículo regional” faz-se sempre sem prejuízo do cumprimento integral dos objectivos, em termos de aquisição de aprendizagens e competências, estabelecidas no currículo nacional e que este não releva para efeitos de acesso ao ensino superior.

Assim sendo, como se operacionaliza tudo isto?

Existirão em paralelo 2 currículos? O nacional e o regional?

A Comissão Regional de Desenvolvimento Curricular, há muito criada, sustenta que tal não irá acontecer numa lógica aditiva. No entanto, sabemos que os currículos e programas nacionais já são demasiados extensos, em função da carga lectiva que está definida para os alunos e que não é possível agravá-la ainda mais.

Por outro lado, uma vez que o dito “currículo regional” não releva para efeitos de acesso ao ensino superior, é obvio que, ao nível do Ensino Secundário, as preocupações dos alunos e das famílias vão estar centradas nas exigências do currículo nacional, determinantes para o acesso ao Ensino Superior.

No entender do Sindicato dos Professores da Região Açores, esta questão do “currículo regional” requer muita ponderação e uma profunda reflexão da comunidade educativa, bem como de especialistas na área, porque, ainda que o SPRA defenda que a riqueza cultural de um povo reside na sua diversidade, porque, citando Nemésio, “Quanto mais regional mais universal”, a regionalização não pode contribuir para a promoção de mentalidades e visões redutoras do país e do mundo.

O SPRA não deixa, contudo, de reconhecer que muitas escolas e docentes na Região não são indiferentes à realidade regional, promovendo, há muito, inúmeras iniciativas, que constam dos planos anuais de actividades das escolas, desenvolvendo metodologias e práticas lectivas que promovem o conhecimento da realidade insular, ainda que considere a necessidade do desenvolvimento de um trabalho que os apoie ao nível da sistematização da informação regional considerada mais relevante, de planos de formação que complementem e aprofundem saberes, dada a insuficiente formação inicial nos vários domínios do conhecimento regional, e de materiais que favoreçam as desejadas dinâmicas de aprendizagem, sendo de lamentar o desmantelamento das poucas estruturas e serviços que, na Região, tinham um papel significativo nesta área, ao nível da produção e divulgação de materiais pedagógicos.

Curso de profissionalização em serviço

Alargamento do Prazo para Inscrições nos Cursos da Profissionalização pela UA

Tendo a Universidade Aberta, face a dificuldades sentidas pelos candidatos, designadamente no que respeita à contagem do tempo de serviço decidido prolongar o respectivo prazo de apresentação de candidaturas, para o que chamamos a atenção dos interessados.

Atendendo às dificuldades sentidas pelos candidatos ao Curso de Profissionalização em Serviço no que respeita à obtenção das declarações comprovativas do tempo de serviço nas respectivas instituições de ensino, a Universidade Aberta decidiu prolongar o prazo para apresentação de candidaturas ao Núcleo de Matrículas e Inscrições. Assim sendo, o calendário de candidaturas, inscrições e matrículas passa a ser o seguinte:

 

Candidaturas

17 de Março – 7 de Abril

Resposta aos candidatos

Até 14 de Abril

Reclamações

16 – 17 de Abril

Listas definitivas

Até 20 de Abril

Matrículas e inscrições

22 – 27 de Abril

Início do curso

Módulo de Ambient. online: 27 de Abril – 8 de Maio

Início das Actividades Lectivas: 11 de Maio

 

 

Lembramos que nos termos do protocolo estabelecido entre a Fenprof e a U. Aberta os sócios do SPRA têm direito a um desconto de 15% na inscrição, matrículas, etc
Este reconhecimento da possibilidade de profissionalização pela U.A., concretiza-se após vários meses de diligências persistentes junto da Universidade Aberta e da Secretaria de Estado da Educação, em que esta comunicou à UA o reconhecimento do curso de profissionalização proposto pela Universidade Aberta.

Nessa comunicação estabeleceram-se as condições a que devem obedecer as candidaturas à referida acção de formação, com a exigência de se possuir pelo menos 6 anos de serviço, completos, em 31 de Agosto de 2009, devendo a profissionalização estar concluída até 31 de Agosto de 2010.

O calendário de candidaturas, inscrições e matrículas é o seguinte:

Candidaturas

17 de Março – 31 de Março

Resposta aos candidatos

Até 9 de Abril

Reclamações

13 – 14 de Abril

Listas definitivas

Até 17 de Abril

Matrículas e inscrições

20 – 24 de Abril

Início do curso

Módulo de Ambient. online: 27 de Abril – 8 de Maio

Início das Actividades Lectivas: 11 de Maio

Docentes especializados em Educação Especial

O SPRA continua a diligenciar junto da Direcção Regional da Educação e Formação e, através da FENPROF, do Ministério da Educação, para que os docentes especializados em Educação Especial, que integram os quadros de Educação Especial da região (códigos 120 e 700), possam candidatar-se aos grupos de Educação Especial previstos pelo Ministério da Educação (códigos 910, 920 e 930), pelo concurso interno, 2.ª prioridade, desde que especializados na respectiva área, e não pela transição de grupo de recrutamento (4.ª prioridade) como é permitido neste momento.

A Escola tem futuro?

Todos sabemos que tem! Onde está o futuro da Escola? Está nos jovens, nas crianças e nos pais que todos os dias a procuram; na população adulta que quer saber mais; nos desajustados que desejam ser reconvertidos; nos arrependidos que cobiçam reiniciar um novo ciclo da sua vida; nos que não tiveram oportunidade (porque a vida também sabe ser madrasta) e agora buscam o alimento do sucesso; na sociedade e no Estado que já não sabem (e não podem?) viver sem ela e, sobretudo, pressente-se nos professores e educadores que são a alma, o sal e o sangue de que se faz todos os dias essa grande construção colectiva.

A Escola é uma organização muito complexa?É paixão e movimento perpétuo. É atracção e remorso. É liberdade e prisão de sentimentos contraditórios. É mescla de angústias e espontâneas euforias. É confluência e rejeição. É orgulho e acanhamento. É todos e ninguém. É nome e chamamento. É hoje um dar e amanhã um rogar. É promoção e igualdade. É mérito e inveja. É jogo e trabalho. É esforço, suor e emancipação. É convicção e espontaneidade. É responsabilidade e comprometimento com todos os futuros. É passado e é presente. É a chave que abre todas as portas das oportunidades perdidas. É acolhimento, aconchego, colo e terapia. É a estrada do êxito, mas também um percurso inacabado, que nos obriga a voltar lá sempre, num fluxo de eterno retorno.

Porém, também acontece muitas vezes ser o pião das nicas, o bombo da festa, o bode expiatório, sempre e quando aos governos dá o jeito, ou lhes apetece.

Sobre a Escola, há governantes que aprenderam a mentir: sabem que ainda não foi inventada qualquer instituição que a possa substituir. Sabem ainda que os professores são os grandes construtores de todos os amanhãs. E, por isso, têm medo. Medo, porque a Escola é das poucas organizações que todos os governantes conhecem bem. Habituaram-se a observá-la por dentro, desde a mais tenra idade. E, por essa razão, sabem-lhe o poder e a fatalidade de não ser dispensável, silenciável, transferível, aposentável, exonerável ou extinguível. Então, dizíamos, têm medo e, sobre ela, mentem.

Mentem sobre a Escola e sobre os professores. Todos os dias lhes exigem mais e dizem que fazem menos. E não é verdade.

Em relação à Escola e aos professores, a toda a hora o Estado, a sociedade e as famílias se descartam e para aí passam cada vez mais responsabilidades que não são capazes (ou por comodismo não querem?) assumir. Hoje, a Escola obriga-se a prevenir a toxicodependência, a educar para a cidadania, a formar para o empreendedorismo, a promover uma cultura ecológica e de defesa do meio ambiente, a motivar para a prevenção rodoviária, a transmitir princípios de educação sexual, a desenvolver hábitos alimentares saudáveis, a prevenir a Sida e outras doenças sexualmente transmissíveis, a utilizar as novas tecnologias da comunicação e da informação, a combater a violência, o racismo e o belicismo, a reconhecer as vantagens do multiculturalismo, a impregnar os jovens de valores socialmente relevantes, a prepará-los para enfrentarem com sucesso a globalização e a sociedade do conhecimento, e sabe-se lá mais o quê?

Acham pouco? Então tentem fazer mais e melhor? E, sobretudo, não coloquem a auto estima dos professores abaixo dos tornozelos com a divulgação pública de suspeitas infundadas e eticamente inadmissíveis.

É que não há Escola contra a Escola. Não há progresso que se trilhe contra os profissionais da educação. Não há políticas educativas sérias a gosto de birras e conjunturas que alimentam os egos pessoais de alguns governantes. Não há medidas que tenham futuro se não galvanizarem na sua aplicação os principais agentes das mudanças educativas: os educadores e os professores.

O futuro da Escola está para lá das pequenas mediocridades e dos tiques de arrogância que algumas circunstâncias sustentam.

A Escola, tal como a conhecemos, é uma invenção recente da humanidade. Mas não é um bem descartável, de uso tópico, a gosto de modas e de pseudo conveniências financeiras e orçamentais. A Escola vale muito mais que tudo isso. Vale bem mais do que aqueles que a atacam. Vale por mérito, por serviço ininterruptamente prestado, socialmente avaliado e geracionalmente validado. Sim, a Escola tem muito e indiscutível futuro. E é tão tranquilo saber isso?

João Ruivo
ruivo@rvj.pt

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