“EXAMITE” AGUDA
Doença politicamente contagiosa
As escolas da Região estão a ser assoladas pela doença infligida pelo Ministro Nuno Crato e que o Governo Regional nada fez para combater. Para além dos exames de Inglês da Cambridge School, que mais não são do que uma parceria público-privada em benefício de uma multinacional da educação, os docentes e alunos dos Açores começam a realizar os exames dos 4.º, 6.º e 9.º anos do Ensino Básico.
Se para o Continente são conhecidos os motivos políticos para a seriação precoce dos alunos dos 4.º e 6.º anos de escolaridade, na Região, as motivações representam, ainda, uma incógnita, uma vez que consideramos que o Governo Regional poderia ter optado por um caminho diferente.
Objetivamente, a seriação tornou-se mais importante do que a lecionação, fazer exames passou a ser mais importante do que ensinar, o serviço de exames encurtou o calendário letivo, os professores foram desviados das suas turmas e do processo ensino-aprendizagem para irem vigiar as provas de exame de outros alunos, de outras escolas, inclusivamente, de escolas privadas.
Esta “ressurreição” dos exames, nomeadamente os da “4.ª classe”, não se resume a um “saudosismo bafiento”, mas tem como principal objetivo o encaminhamento precoce dos alunos para percursos formativos diferenciados, em última instância, a mobilização dos alunos e dos recursos humanos submete-se a desígnios políticos que visam um Ensino Básico diferenciado e com percursos pré-determinados.
Por último, uma referência à sobrecarga de trabalho que este processo tem constituído para os docentes, que, para além da preparação e lecionação das suas aulas, de todas as tarefas que têm que realizar nas escolas, são confrontados, ainda, com reuniões de preparação dos exames e respetivas vigilâncias e correções.
A Direção