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A falta de professores é um problema que o desinteresse do ME está a agravar

FENPROF fará ponto da situação, apresentará propostas e porá o dedo nesta preocupante ferida

Conferência de Imprensa | Lisboa (sede da FENPROF), 18 de novembro (quinta-feira), pelas 11:00 horas

Não é por falta de avisos que o problema da falta de professores se tem vindo a arrastar e agravar. O envelhecimento do corpo docente e a fuga dos jovens a esta profissão tem dado maior visibilidade ao problema, antecipando-o em cada ano letivo, deixando alunos sem todos os professores durante semanas e, mesmo, meses. Não é um problema exclusivo do ensino público; pelo contrário, a forma como no setor privado, lucrativo e social, os professores são (ainda mais) explorados, no salário, na carreira e nas condições de trabalho, está a levar muitos a transferirem-se para escolas públicas, o que, por enquanto, tem disfarçado a real dimensão de um problema que, por falta de políticas adequadas para a Educação e desinvestimento (confirmado, recentemente, pelo Tribunal de Contas), continua a agravar-se.

A FENPROF tem vindo a alertar para o problema e o governo português até já foi interpelado por organizações e instâncias internacionais, como a OCDE ou a Comissão Europeia. Também o Conselho Nacional de Educação (CNE), já no relatório anual publicado em 2020 sobre o estado da educação em 2019, dava importante nota sobre o problema, manifestando preocupação com “o envelhecimento do corpo docente e a baixa atratividade da profissão”. Referindo-se à média de idades dos docentes (54,1% com idade igual ou superior a 50 anos e apenas 0,6% até aos 30 anos, já em 2018/19), o CNE considerava os números não só reveladores, como assustadores. 

Os responsáveis do Ministério da Educação não têm dado atenção a esta situação, chegando a desvalorizá-la, como fez o ministro na única reunião com a FENPROF em que esteve presente, há quase dois anos, e não respondendo aos pedidos de reunião e às propostas que lhe foram apresentadas para, de imediato, mitigar e, no futuro, dar resposta ao problema. 

Já este ano letivo, a questão voltou a ser desvalorizada, quer em relação aos horários por preencher, quer à forma como um assinalável número deles tem vindo a ser preenchido. Não pactuando com a atitude irresponsável dos governantes, a FENPROF, para chamar a atenção para um problema que põe em causa a profissão docente, o papel da Escola e as aprendizagens dos alunos – já tão prejudicadas pela pandemia – promove esta Conferência de Imprensa. Nela fará um ponto de situação atualizado, com números, sobre este assunto. 

O Secretariado Nacional da FENPROF

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