Tudo sobre o 1º de Maio, Dia Mundial do Trabalhador / 2014
Manifesto e programa das comemorações organizadas pela CGTP-IN em todos os distritos do continente e regiões autónomas
NESTE 1.º DE MAIO, NINGUÉM PODE FICAR EM CASA
Este ano, o 1.º de Maio não pode ser uma simples repetição, um ritual ou mesmo mais um dia em que, alguns, pensando que estará muita gente na rua, se auto-dispensam de participar. Este ano, o 1.º de Maio terá de contar com todos e todas na rua, no protesto e na exigência.
Hoje, já ninguém duvida que, 40 anos depois da Revolução de 25 de Abril, Portugal está a ser governado por quem pretende destruir as conquistas dessa Revolução. Os atuais governantes, num claro ajuste de contas com o 25 de Abril, estão:
• A empobrecer os portugueses, provocando, deliberadamente, desemprego, baixando os salários e aumentando a carga fiscal sobre os rendimentos de quem trabalha e roubando indecentemente parte importante das pensões e reformas dos que sempre contribuíram.
• A destruir as funções sociais do Estado, tais como o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública, o regime de Segurança Social Público, entre outras;
• Expulsar os nossos jovens do país, empurrando-os para a emigração, desperdiçando uma geração qualificada de portugueses, negando-lhes o futuro na sua terra;
• A entregar o país aos mais obscuros interesses internacionais, representados por FMI, BCE e União Europeia, uma troika que é a parte visível dessa coisa sem rosto nem escrúpulos que dá pelo nome de “mercados”.
Nós, Portugueses e Portuguesas, não podemos deixar o nosso país entregue a quem quer controlar a nossa economia até 2038. Se isso acontecer, Portugal, sem soberania, será governado por decisores internacionais que, independentemente da vontade do nosso povo, decidirá das relações laborais a estabelecer com os trabalhadores portugueses, dos seus salários e pensões, da forma como se organizará a Saúde, a Educação ou os apoios sociais, das opções orçamentais anuais do nosso Estado nos próximos 25 anos… e que Estado teríamos nessa altura?
Se deixássemos que isso acontecesse, não tardaria que a troika viesse impor a interdição dos Partidos Políticos que apresentassem propostas diferentes das que ela admite; interditar os Sindicatos que se opusessem e lutassem contra as suas políticas; calar todos os que ousassem pôr em causa as medidas que aquela tríade de terroristas sociais decidisse impor. Ora, quem tem gritado “25 de Abril Sempre, fascismo nunca mais!”, não pode deixar que as coisas resvalem para tão medonha situação e deverá lutar, desde já, contra ela ou, se já o faz, lutar ainda mais.
Não podemos deixar que isso aconteça e, para tal, é necessário que todos os democratas e patriotas vão para a rua neste 1.º de Maio, deixando claro o seu repúdio pela situação a que chegámos e pelo caminho por onde nos querem levar.
E depois deste 1.º de Maio, que completa Abril e terá de ser grandioso, temos em Maio outra responsabilidade enorme: derrotar, de forma absolutamente inequívoca, no dia 25, o governo e as suas políticas, e também derrotar o memorando da troika que está na origem de todo este grave problema.
Ao contrário do que o governo tem dito, não há sinais animadores, o que temos são governantes que não hesitam em mentir, para melhor servirem aqueles que, para seu governo, estão a sugar a nossa Pátria
Neste 1.º de Maio, é preciso que estejamos todos na rua a exigir outro governo e outra política. Portugal merece um futuro que rompa com o passado que é presente. Há que ter esperança nesse futuro melhor, mas não esperemos que caia do céu. Por ele, há que lutar com toda a confiança.
Mário Nogueira
Secretário Geral da FENPROF