“O custo de vida aumenta, o povo não aguenta”, “Para o capital há milhões, para os salários só tostões”, “A precariedade é injusta, os jovens estão em luta”, “O país não se endireita com políticas de direita”, “Direitos conquistados não podem ser roubados” , “É mesmo necessário o aumento do salário”.
Estas foram algumas das palavras de ordem que acompanharam, na tarde de 5 de Junho (quinta-feira), em Lisboa, a mega-manifestação (como frisou a reportagem da TSF) que a CGTP-IN realizou, entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, envolvendo 200 000 trabalhadores do sectores público e privado, oriundos de diferentes regiões do país, que protestaram contra a revisão das leis laborais que o Governo quer impor.
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Mobilizados pelos Sindicatos da FENPROF, numerosos professores e educadores também participaram nesta acção do movimento sindical unitário, rejeitando com firmeza as políticas do Ministério da Educação contra os docentes e contra a Escola Pública (novo modelo de gestão, Estatuto da Carreira, Educação Especial, horários de trabalho, encerramento cego de escolas, etc). Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, desceu a Avenida integrando a cabeça da manifestação, ao lado de outros elementos da Direcção da Central.
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Sabemos que há futuro
Palco de históricas manifestações, como sucedeu com a Marcha Nacional da Indignação de 8 de Março, a Avenida da Liberdade voltou a encher-se, transformando-se numa gigantesca afirmação de unidade, firmeza e confiança do mundo do trabalho. “Juntos pela mudança, lutamos com confiança”, gritou-se neste 5 de Junho de luta contra a precariedade laboral, contra a desregulamentação das leis do trabalho, contra a injustiça.
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Como foi sublinhado na tribuna instalada nos Restauradores, “o Governo não pode continuar a mentir aos trabalhadores”, que exigem um novo rumo para o País, porque, como sublinhou Carvalho da Silva na concentração final desta jornada, “sabemos que há futuro!”.
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Com a Avenida da Liberdade repleta de manifestantes e com o fim do cortejo ainda na Praça do Marquês de Pombal, o secretário-geral da CGTP-IN grantiu que “o protesto vai ampliar-se” e anunciou a realização de manifestações em todas as regiões do país já no próximo dia 28 de Junho. Perante a proposta governamental de revisão do Código do Trabalho e o agravamento das condições de vida, os trabalhadores e as suas organizações representativas não ficam de braços cruzados.
“Vamos encher as ruas de muitas cidades, porque não abdicamos de construir um futuro para Portugal”, realçou o dirigente da Central, acompanhado na tribuna por outros sindicalistas.
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O ataque à Administração Pública
Após a intervenção de Carvalho da Silva, foi aprovada a resolução “Não a esta revisão das leis laborais! Vida e trabalho digno para todos!”, onde se pode ler a dado passo:
“O Governo aprovou para a Administração Pública leis de carácter laboral que põem em causa o direito ao trabalho e instalam a precariedade; generalizam os despedimentos individuais com base numa pretensa inadaptação ou em duas avaliações negativas; destroem todo o sistema de carreiras; introduzem o arbítrio a nível de remunerações; querem dotar as chefias de um poder discricionário”.
“Esta ofensiva”, acrescenta a resolução aprovada nos Restauradores, “surge articulada com um conjunto de medidas que visam reduziir as funções sociais do Estado, tendo como consequência uma degradação ainda maior das condições de vida da população”.
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